Sabe o que é um globetrotter? É uma pessoa que viaja frequentemente e por sítios diferentes, quer seja em férias ou em trabalho. Bacari Djaló, avançado do Caldas, é o verdadeiro globetrotter do futebol nacional: passou por 15 clubes diferentes desde que chegou a Portugal e, curiosamente, nunca repetiu um clube duas temporadas consecutivas.
Vivia-se o ano de 2000 quando Bacari Djaló chegou a Portugal. Com 18 anos, saiu da Guiné-Bissau com o pai, «devido à situação política complicada que o país vivia». Inicialmente com o objetivo de estudar na cidade do Porto, foi numa visita a Lisboa que o jovem jogador começou a carreira.
«Um dia fui visitar Lisboa com a minha família e amigos. Fomos ver o treino dos juvenis do Sporting. Havia uma pessoa no clube que conhecia o meu pai e sabia que eu jogava futebol. Perguntaram-me se queria treinar com a equipa», conta ao Maisfutebol.Após um treino de experiência, Bacari começou a treinar com a equipa dos juvenis e participou em alguns torneios com a camisola do Sporting. O facto de ser estrangeiro, impossibilitou que o guineense ficasse no clube, mas o futebolista garante que «foi uma experiência muito boa».«Entretanto, surgiu uma proposta para jogar no Beneditense. Como era muito novo e era uma equipa da terceira divisão, achei que era bom para mim e decidi assinar contrato», explica.Começava aqui a viagem por clubes e uma carreira com a casa às costas. No clube do concelho de Alcobaça, Bacari fez apenas dois jogos. Após uma passagem pelo Bidoeirense, que atua na quarta divisão, o jogador guineense chegou ao Sporting Pombal onde começou «a dar cartas e a marcar golos».No clube da terceira divisão, Bacari marcou seis golos em 38 partidas, mas no final da temporada transferiu-se novamente. O novo destino? O Felgueiras, que viu no jovem Bacari uma promessa para o futuro«Foi no Felgueiras que passei a história mais insólita da minha carreira, que envolve a empregada do hotel onde estávamos e um convite para um café na casa dela. No final, vim a descobrir que ela tinha namorado», revela.Os cinco golos marcados no Felgueiras não foram suficientes e, mais uma vez, Bacari mudou de clube, para o Famalicão FC, na altura a jogar na extinta terceira divisão. Em 26 jogos, o avançado marcou por 10 vezes.Em 2006/2007, Bacari chega pela primeira vez a um clube da segunda divisão, o Vitória de Guimarães, onde marcou apenas um golo, que bastou para ser chamado para a seleção da Guiné-Bissau.«Guimarães foi das cidades onde joguei que mais me marcou, mas também gostei muito de jogar em Famalicão, porque foi o clube em que marquei mais golos», confessa ao Maisfutebol.Uma nova época começou em setembro de 2007 e Bacari repetia a experiência de mudar novamente de clube. Se até esta altura, em seis temporadas, o jogador africano passou por seis clubes, entre 2007 e 2009, conseguiu o feito de jogar no Vila Meã, no Penafiel e no Ribeirão.Porquê tantas mudanças?: é a questão que se coloca. «Sempre desejei ir mais longe e chegar a clubes com mais ambição. As propostas surgem e eu aceito», clarifica o avançado.«É fácil adaptar-me a clubes novos todas as temporadas porque o país é o mesmo e fala-se a mesma língua. Mas também tive a sorte de ser sempre muito bem recebido em todos os clubes por onde passei, principalmente pelos colegas de equipa», afirmou em conversa com o Maisfutebol.No início da temporada 2009/2010, Bacari Djaló assina pelo Carregado, mas a meio da temporada, com dez jogos feitos e sem golos marcados, o avançado regressa a Famalicão. Novamente, é um dos melhores marcadores. Parece ser a cidade talismã de Bacari.
Sempre a mudar de cidade e a somar clubes ao seu currículo, o jogador guineense, na altura com 27 anos, assina pelo Bragança. Passou ainda pelo Viseu, Pinhalnovense, Juventude de Évora e, no início da atual temporada, com 30 anos, transferiu-se para o Caldas, que joga no recém-formado Campeonato Nacional de Seniores.«Tenho noção de que já passei por muitos clubes. Mas, sinceramente, acho que isso até é bom. As pessoas reconhecem o meu valor e humildade e consegui fazer muitas amizades em todos os clubes onde estive», garante.Seis jogos no Caldas e zero golos marcados é o saldo atual de Bacari, que mantém o «sonho» de chegar ao principal campeonato de futebol em Portugal, mas também de «regressar à Guiné», projeto que adia «para um dia mais tarde».Em Portugal, o percurso de Bacari é caso raro. Em todas as temporadas, um novo clube. No entanto, o internacional guineense garante que «a vida de jogador é mesmo assim». Resta saber se no final da temporada, Bacari Djaló irá continuar com a casa às costas ou se vai quebrar o seu próprio recorde.
Sempre a mudar de cidade e a somar clubes ao seu currículo, o jogador guineense, na altura com 27 anos, assina pelo Bragança. Passou ainda pelo Viseu, Pinhalnovense, Juventude de Évora e, no início da atual temporada, com 30 anos, transferiu-se para o Caldas, que joga no recém-formado Campeonato Nacional de Seniores.«Tenho noção de que já passei por muitos clubes. Mas, sinceramente, acho que isso até é bom. As pessoas reconhecem o meu valor e humildade e consegui fazer muitas amizades em todos os clubes onde estive», garante.Seis jogos no Caldas e zero golos marcados é o saldo atual de Bacari, que mantém o «sonho» de chegar ao principal campeonato de futebol em Portugal, mas também de «regressar à Guiné», projeto que adia «para um dia mais tarde».Em Portugal, o percurso de Bacari é caso raro. Em todas as temporadas, um novo clube. No entanto, o internacional guineense garante que «a vida de jogador é mesmo assim». Resta saber se no final da temporada, Bacari Djaló irá continuar com a casa às costas ou se vai quebrar o seu próprio recorde.
Rita Pereira - Mais Futebol
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