A direcção do Caldas está a cumprir seis meses neste novo mandato e a Gazeta das Caldas falou com o presidente Vítor Marques sobre o actual momento do clube. Desde as dificuldades que a equipa principal de futebol tem atravessado no início de época à conjuntura económica que rodeia o clube, criando algumas dificuldades de tesouraria. Vítor Marques demonstra confiança no futuro, apesar de não descartar medidas de ‘austeridade’ caso as receitas diminuam perigosamente. Quanto à situação da equipa sénior, que divide o último lugar com o Reguengos, o presidente acredita que o grupo vai conseguir repetir o feito de há três anos, quando se manteve contra todas as expectativas, reiterando confiança nos jogadores e nos treinadores.
Gazeta das Caldas - Estamos com seis meses neste novo mandato, que balanço se pode fazer até agora? As dificuldades têm sido maiores ou menores que as esperadas?
GC - A equipa sénior tem tido algumas dificuldades neste início de época. Vê necessidade de alterar alguma coisa no grupo?
Vítor Marques - A realidade não tem fugido muito das expectativas que tínhamos. Montámos a nossa estratégia cientes que dificuldades a nível económico iam ser grandes e as dificuldades têm aumentado. Este mês de Novembro foi o que tivemos mais dificuldade para cumprir as nossas obrigações, conseguimos fazê-lo com três ou quatro dias de atraso, mas sentimos que é uma situação cada vez mais real e que se irá manter daqui para a frente. Vamos continuar a trabalhar no sentido de ter iniciativas que ajudem o clube a ter algumas receitas, como foi a noite de fados que organizámos pelo quarto ano consecutivo. Estamos com ideias para mais actividades, já temos rifas para o Cabaz de Natal que tentámos arranjar prémios interessantes, numa parceria com os Pimpões, que é uma forma de ter melhores prémios num investimento a meias.
Temos uma situação relativamente favorável este ano porque temos mais atletas, cerca de 380 incluindo os veteranos, e tivemos necessidade de aumentar um pouco a quota atleta, o que nos ajudou a suster as quebras de receita. Mas mais que a receita é também o orgulho e a satisfação de os atletas nos procurarem, pensamos que o motivo pode ser por um lado financeiro, mas acreditamos mais que é pelo trabalho que temos vindo a realizar no futebol juvenil. Temos um caminho grande a percorrer, mas com os pés no chão.
GC - No futuro as dificuldades que hoje se sentem vão obrigar a alguma ‘austeridade’ ou há condições para manter o clube a funcionar como está?
VM - Temos conversado muito sobre isso e temos que ser práticos e realistas: se as receitas baixarem e se tornarem inferiores às despesas - e vamos fazer tudo para que isso não aconteça - com muita frontalidade teremos que ajustar os compromissos que tivermos. Para já não sentimos essa necessidade, mas se acontecer temosque ter a coragem de olhar as pessoas nos olhos e apresentar-lhes a realidade, porque penso que essa é a forma salutar de o fazer e não ficar com atrasos, para não criarmos mau estar nas pessoas com quem trabalhamos e para não deixarmos para o futuro situações como encontrámos do passado.
GC - A equipa sénior tem tido algumas dificuldades neste início de época. Vê necessidade de alterar alguma coisa no grupo?
VM - Creio que fomos felizes na forma como montámos a equipa para esta época, dentro da nossa orientação e como pretendíamos. Quisemos contar com toda a equipa técnica e tivemos a felicidade de poder contar com todos, mantivemos no plantel a maioria dos atletas, tivemos que dispensar alguns para poderem haver entradas mas com um grande agradecimento pelos que saíram, subimos juniores com muita qualidade e reforçámos com três pessoas com muita qualidade em posições chave. Tínhamos consciência das dificuldades, mas a equipa dava-nos garantias de uma boa época. As lesões aparecem sempre, mas nunca pensámos que fosse tão cedo, nem numa quantidade tão grande e quase todas na frente. Tem-nos faltado os golos mas penso que os adeptos estão conscientes disso, ainda no último jogo fiquei muito satisfeito como o público cumprimentou a equipa no final do jogo.
Temos uma equipa fantástica, os jogadores vão começar a recuperar das suas lesões, uma equipa técnica que é a que escolhemos e que tem trabalhado muito para contrariar estes resultados e não vemos qualquer motivo para alterar seja o que for no grupo de trabalho. Recordo que no nosso primeiro ano de Comissão Administrativa, no início deste grupo, acreditámos até ao fim e conseguimos a manutenção no último jogo, nunca baixámos os braços e este ano vai ser assim também. Penso que não seja um cenário mais difícil que esse, por isso eu acredito.
GC - No futebol juvenil também houve alterações.
VM - Mantivemos a aposta no nosso Coordenador Técnico e temos melhorado as ferramentas para as equipas trabalharem e as coisas vão acabar por acontecer, apesar de contratempos em alguns jogos, mas que ainda há tempo e qualidade nas equipas para recuperar. Tivemos mudanças no posto médico, o nosso fisioterapeuta saiu para uma nova experiência, estamos gratos pelos três anos que trabalhámos com o Tiago, recrutámos uma nova fisioterapeuta, a Ana Rita, uma caldense que tirou o seu curso na Cruz Vermelha e está a dar os seus primeiros passos com uma determinação enorme, continuamos a contar com o senhor Adelino, o Chico, a Milene no futsal, a Sílvia que nos apoia no futebol de sete, temos também o Rui e o técnico Pedro Teixeira que sempre que necessário dá uma mãozinha, um conjunto de pessoas muito bom. Ao nível dos directores também temos o maior número de sempre, é uma necessidade quetemos e uma forma particular que temos de ver o futebol juvenil que tem um balanço muito positivo. Os grupos são fantásticos na forma como interagem dentro e fora do campo. Temos a festa de Natal nos Bombeiros no dia 10, queremos fazer desta a maior festa de Natal de sempre do Caldas, juntando o maior número possível de pessoas para um convívio que é positivo para que os grupos se possam interligar que é uma coisa que ainda falta mas que acreditamos que vai acontecer para termos um clube mais forte.
Parte de uma entrevista cedida a Gazeta das Caldas. Pode ver a entrevista na totalidade na edição impressa da Gazeta das Caldas de 25/11/2011
“Não vemos motivo para alterar seja o que for no grupo de trabalho”
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